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Curiosidades sobre o algodão, fibra amplamente usada na indústria têxtil e na medicina

O algodão é responsável por uma das principais cadeias produtivas do Brasil e do mundo. Essa commodity responde por parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do País e emprega, direta e indiretamente, milhões de brasileiros. Só no ano passado, a receita nacional com exportação dessa fibra, em pluma, chegou a US$ 1,215 bilhão, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A área total cultivada no nosso território já chega a quase um milhão de hectares, e a produção na safra 2016/2017 foi de 1,4 milhão de toneladas de algodão em pluma (que tem maior interesse para exportação) e 3,7 milhões em caroço, aponta estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
A seguir, veja dez curiosidades sobre o algodão que certamente vão te surpreender:

1 – Tem várias origens
As espécies mais comuns de algodão (Gossypium L.) vieram da África Central, da península Arábica, do Paquistão e das Américas, regiões onde há registros que datam de 3 mil a 4.500 anos a.C. As primeiras referências históricas a essa fibra branca e macia foram escritas em sânscrito, no Código de Manu, considerado a legislação mais antiga da Índia. Há documentos, ainda, apontando que essa cultura estava espalhada pelo Egito, Sudão e toda a Ásia Menor. Os incas, no Peru, e os mexicanos do Vale de Tehuacán também já usavam o algodão bem antes do Descobrimento, dominando técnicas como a extração da fibra, fiação e tecelagem. Com a domesticação da planta pelo homem, o fruto do algodoeiro aumentou muito de tamanho, para ganho de produtividade e aumento de resistência a doenças. A confecção de tecidos na China data de 2.200 a.C. Na Grécia, o algodão foi introduzido por Alexandre, o Grande e chegou até o Egito, onde se produziu a melhor espécie no século V a.C. No século XVIII, após o desenvolvimento de máquinas de fiação, do tear mecânico e do descaroçador de algodão, a tecelagem dessa fibra passou a dominar o mercado mundial de fios e tecidos. Hoje, cultivam-se comercialmente os tipos arbóreo e herbáceo.

2 – Seu nome vem do árabe
A palavra algodão deriva do termo árabe “al-quTum” (“o cotão”, que significa pelo ou felpa que se desprende de certos tipos de tecidos). Foram os mercadores dessa região que difundiram a planta pela Europa entre os séculos IX e XI. O nome gerou, ainda, os vocábulos cotton, em inglês; coton, em francês; cotone, em italiano; e algodón, em espanhol. Os árabes foram o primeiro povo a fabricar tecidos e papéis utilizando essa fibra, algo só adotado na Europa durante as Cruzadas. Até a Idade Média, porém, as classes mais baixas europeias usavam predominantemente roupas de lã, linho e juta.

3 – É da família do quiabo, do cacau e do hibisco
É isso mesmo. Por mais incrível que pareça, a planta do algodão, do quiabo, do cacau e as flores do gênero Hibiscus têm em comum o fato de pertencerem à família das Malvaceae. Fazem parte dela mais de 2 mil espécies espalhadas pelo mundo, principalmente na América do Sul. Uma de suas principais características é a presença de pelos ramificados ou escamosos. A flor amarela do algodão, inclusive, lembra a de um hibisco.

4 – O tamanho da fibra indica a qualidade do tecido
O algodão de fibra longa (superior a 32,5 mm) tem características que atendem à fabricação de tecidos finos e de luxo, a exemplo dos famosos lençóis e toalhas de fios egípcios. Atualmente, o Brasil importa fibras longas principalmente do Egito, para misturar com fibras médias e produzir um fio de melhor qualidade. Cerca de 97% da produção mundial de algodão é de fibras curtas e médias. Os outros 3% – compostos por fibras longas e extralongas – são fabricados no Egito, nos Estados Unidos e no Peru. Essas variedades são conhecidas como Giza (egípcia), tipo mais branco, brilhante e resistente, e Pima (americana e peruana), algodão que tem a fibra mais fina e longa do mundo, é macio, brilhante, não forma bolinhas e sua cor natural é “branco cremoso”.

5 – A Índia é o maior produtor mundial
Os indianos lideram a produção global de algodão, com 5,7 milhões de toneladas em pluma na safra 2016/2017 – o equivalente a um quarto do total colhido no planeta –, segundo dados do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em seguida, aparecem China (com 20% da produção mundial), Estados Unidos (17%), Paquistão (7,5%), Brasil (6,2%) e outros (24,3%), como Uzbequistão, Turquia, Austrália, Argentina, Turcomenistão, México e Mianmar. Já entre os maiores exportadores, estão os EUA (37%), Índia (12%), Austrália (11,5%) e Brasil (8,5%). Os demais 31% são exportados por diferentes países. E a lista de maiores consumidores de algodão é encabeçada por China, Índia, Paquistão, Turquia, Bangladesh, EUA e Brasil.

6 – Começou a ser usado no Brasil pelos indígenas
Pouco se sabe da pré-história do algodão no Brasil. Mas, quando os primeiros europeus desembarcaram no País, já havia índias cultivando a planta e a transformando em fios e tecidos rudimentares. Mas a exploração comercial dessa cultura no território nacional começou mesmo em 1750, no Nordeste, sucedendo as atividades de mineração comandadas pelos portugueses. Durante o Ciclo do Algodão, entre os séculos XVIII e XIX, o Brasil chegou a ser um dos maiores produtores e exportadores mundiais dessa fibra, que era usada como matéria-prima para a indústria têxtil inglesa no período da Revolução Industrial. Com o avanço da cultura do café, no início do século XIX, o algodão deixou de ter tanta importância para exportação. A situação se agravou com a devastação de várias plantações por um inseto chamado bicudo-do-algodoeiro, na década de 1980, levando o País a precisar importar o produto. Nos anos 2000, porém, a situação melhorou e, em 2016, a receita nacional com exportação dessa commodity chegou a US$ 1,215 bilhão, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

7 – MT, BA e MS são os maiores produtores nacionais
O Mato Grosso, sozinho, responde por quase 67% da produção brasileira de algodão em pluma e em caroço, que foi de 1,4 milhão de toneladas em pluma e 3,7 milhões em caroço (totalizando 5,1 milhões de toneladas) na safra 2016/2017, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Em seguida, no ranking, aparecem Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás. Há, ainda, produção em Estados como MA, MG, PI, TO, RR e SP. Paraná, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba têm pouca expressividade, com menos de 1% cada. O plantio ocorre de outubro a fevereiro, e a colheita se estende de março a agosto. Cerca de 50% da produção nacional é exportada. Os maiores compradores são Indonésia, Coreia do Sul, Vietnã, Bangladesh, Paquistão, China e Malásia.

8 – Quase 80% do algodão plantado no Brasil é transgênico
Do total de variedades de algodão cultivadas em 2016 no País, 78,3% eram geneticamente modificadas (GM), segundo dados do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA). No mundo inteiro, a taxa de adoção chega a 64%. O primeiro algodão transgênico foi aprovado em 1995 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil uma década depois, quando foi liberado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Hoje, há 15 cultivares diferentes de algodão GM plantadas no território nacional, sendo nove delas Bt (resistentes a insetos). Entre os países com maior adoção de variedades transgênicas de algodão, estão Estados Unidos, Argentina, Índia, China, Paquistão, África do Sul, México, Austrália e Mianmar.

9 – É usado na fabricação de óleo, rações e até explosivos
Enquanto o algodão em pluma é destinado basicamente à indústria têxtil, a variedade em caroço é usada na produção de óleo comestível, biodiesel e em misturas para rações animais e adubos. O óleo pode ser utilizado no preparo de saladas, maioneses, molhos e frituras, além de servir como lubrificante e ingrediente de margarinas, biscoitos, cosméticos, remédios, sabões e graxas. Tem coloração que varia do amarelo claro ao dourado, um leve sabor de castanha (pois é retirado do caroço da planta) e é rico em vitamina E. O caroço também é esmagado e vira subprodutos como a torta (aproveitado na indústria de corantes e como fertilizante) e o farelo (que serve de ração animal, principalmente para bois e carneiros). O farelo de algodão, aliás, é o terceiro farelo proteico mais produzido no mundo, perdendo apenas para o de soja e o de canola. Já o algodão hidrófilo – desengordurado, branqueado e esterilizado – tem maior capacidade de absorção e amplo uso em curativos, cirurgias, produtos de higiene (como absorventes e cotonetes) e limpeza da pele. Já na indústria bélica, o algodão é empregado na preparação de pólvora e em explosivos como o TNT. E a celulose da planta serve para a fabricação de papel-moeda – na nota de dólar, por exemplo, compõe 75% de todo o material.

10 – Há algodão naturalmente colorido
Algumas variedades de algodão têm colorações que variam entre o bege, o cáqui e o marrom. Essas plantas já eram usadas por incas, africanos, árabes e australianos há 4.500 anos – neste último país, existem mais de dez espécies nativas com diferentes tonalidades. Essas variedades contêm genes responsáveis por tornar a fibra colorida. Há registros, ainda, de espécies de cores verde, roxa, vermelha, cinza, rosa e azul. A maioria delas, porém, tem fibras curtas e não reúne condições ideias de fiação. No Brasil, as cultivares de algodão colorido foram obtidas por processos tradicionais de melhoramento genético, envolvendo seleção de plantas e hibridação. Entre as vantagens econômicas e ecológicas de uma fibra naturalmente colorida, estão o fato de que ela não desbota e dispensa o uso de corantes. Com a fase de tingimento eliminada, economiza-se cerca de 150 litros de água por quilo de fibra. Além disso, evita-se a poluição de rios e córregos com resíduos de tintas.

Fonte: www.boaspraticasagronomicas.com.br